As ruas da cidade foram parar dentro do Centro de Artes Iracema Trinco Ribeiro nesta sexta-feira. A exposição de arte urbana “Portas da Mente”, do artista PSIC, estreou ontem (05) e ficará à mostra até o fim do mês.

“O nosso Centro de Artes é um espaço democrático. Queremos ver cada vez mais os nossos artistas utilizando desse local que é de todos os guarapuavanos”, destacou a secretária de Cultura, Rita Felchak.

Pela primeira vez, a arte urbana de PSIC foi para exposição. E, também é a primeira vez que o Centro de Artes Iracema Trinco Ribeiro recebe uma exibição do tipo. A curadora do espaço e organizadora da exposição, Karina Muscarina, destacou a relevância da mostra.

“Acredito que é crucial que o grito do artista de rua seja ouvido de alguma forma e que eles sejam reconhecidos. Para mim, isso representa uma renovação significativa, uma oportunidade para democratizar o espaço do centro de artes e manter as portas abertas para todos os guarapuavanos, independentemente de seus grupos artísticos representados”, enfatizou.

Hoje, os desenhos de PSIC são seu ganha-pão. Ele começou há alguns anos, mas foi somente com a insistência dos seus amigos que ele não desistiu do grafite. Ter sua obra exposta, reconhecida, é uma conquista para PSIC.

“É muito gratificante perceber que tem gente que gosta das loucuras que eu faço. Eu tento colocar meus pensamentos na minha arte, e muitas vezes nem sei quais são meus pensamentos. É uma viagem, uma psicose, que no fim dá certo de alguma forma. Estou muito feliz”, afirmou o artista.

Os traços de PSIC encantaram Giulya Padilha, também artista, que foi conferir a exposição.

“Os traços dele ficaram bem marcados, é uma coisa meio ‘cartoon’, mas ao mesmo tempo muito significativa. Eu gostei de como ele colocou as palavras juntas ao desenho. Normalmente as pessoas fazem uma coisa só. Mas, misturar as coisas ficou muito legal, tem muita coisa para olhar e ver os detalhes, o sombreamento que ele colocou, as diferentes coisas, muito bom”, disse a jovem de 18 anos.

“Portas da Mente” é um marco para o Centro de Artes e para a cultura local. A arte criada por artistas não convencionais, que muitas vezes trabalham à margem do mundo institucionalizado da arte, trazem uma irreverência e uma frescura diferentes em cada pincelada ou traço, em cada intervenção urbana.

“Espero que eles possam aproveitar bem o espaço e a oportunidade e que, depois disso, essas portas fiquem sempre abertas para que essa parcela da comunidade possa acessar e utilizar esse espaço quando quiserem”, concluiu Karina.