Boletim da Fiocruz alerta para o aumento do vírus respiratório em crianças, inclusive no Paraná

13/04/2024 16H48

O último Boletim InfoGripe da Fiocruz faz um alerta para a manutenção do crescimento do vírus sincicial respiratório, o VSR, especialmente em crianças. Apesar da desaceleração nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no agregado nacional (sobretudo no Centro-Sul, Norte e Nordeste), permanece o aumento do VSR e da influenza em diversas regiões do país.

O Paraná é um dos estados que apresenta aumento de VSR apenas nas crianças pequenas. Na média geral, essa alta é mascarada pela queda na população adulta em longo prazo (últimas 6 semanas), segundo o boletim da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (11).

Referente à Semana Epidemiológica (SE) 14, de 31 de março a 6 de abril, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 8 de abril.

A crescente circulação do VSR tem gerado expressivo aumento da incidência e mortalidade de SRAG nas crianças pequenas. O VSR causa bronquiolite, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa nessa faixa etária, cujos sintomas são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.

Além do VSR, outros vírus respiratórios com destaque para a ocorrência de SRAG nessa faixa etária continuam sendo a Covid-19 e o rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19. No entanto, o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe Marcelo Gomes reforça a atenção para o público infantil: “Nas crianças de até dois anos de idade, os óbitos associados ao VSR superam aqueles associados à Covid-19 nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação viral do período”, avisa Gomes.

A atualização mostra que, no agregado nacional, há sinal de leve crescimento tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto na de curto prazo (últimas três semanas). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (18%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (48,6%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (21,9%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (25%), influenza B (0%), vírus sincicial respiratório (11,2%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (60,6%).

Estados e capitais

Na presente atualização, 18 estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe apresentam aumento apenas nas crianças pequenas, mascarado pela queda na população adulta. Em relação aos casos de SRAG por Covid-19, mantém-se o sinal de queda nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Para os demais vírus, há manutenção do sinal de crescimento nas SRAG por VSR e influenza A (gripe) na maior parte do país. Também se observa aumento recente de casos de rinovírus especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.

Entre as capitais, 18 mostram indícios de crescimento: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitória (ES). Curitiba está fora dessa lista.

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